No dia 06 de Agosto, o Dinis foi a uma consulta de neurologia no Hospital Dona Estefânia, com o Dr. José Pedro Vieira, para a consulta de rotina e também para se definem os detalhes da ressonância magnética e tac que está agendada para o próximo dia 16/09/2010 pelas 09h45 no Hospital de São José:
Após 7 meses desde a realização da última Ressonância Magnética, em 08-02-2010, surge a segunda deste ano acompanhada de um TAC. Uma vez que o relatório da última que fora efectuada no Hospital do SAMS deixou muito a desejar..... pelo menos foi esta a opinião geral partilhada pelos médicos que tiveram acesso ao relatório final, desta vez optámos por realizar este exame, também ele sob anestesia geral (será a 18ª), no Hospital de São José pela Dra. Carla Conceição, especialista em radiologia infantil. Este exame irá determinar, e daí a importância dele se repetir a cada seis meses, se as lesões cerebrais estão estagnadas ou não em termos de crescimento, e por outro lado iremos verificar se estas se espalharam por outras zonas do hemisfério cerebral. É um dos exames mais importantes para determinar se a doença base do Dinis terá um padrão de estagnação ou de evolução.
O Dinis foi pesado, está agora 10,200 Kg, o perímetro cefálico começa a aproximar-se do dito "normal" para a faixa etária dele (28 meses) e em termos de aquisição de aprendizagem, dada a bateria intensa de terapia extra curricular, está acima da média. O Dr. José Pedro Vieira disse-nos que "o bebé só tem adquirido a aprendizagem que obteve, dada a diversidade terapêutica, mas também porque o seu cérebro tem predisposição para tais aquisições, doutra forma nem com a melhor terapeuta do mundo ele viria a ser o que é hoje".
Observou a marcha do Dinis, conseguiu ver que o seu "andar" é de facto muito longe de ser considerado "normal", está longe de conseguir correr sem apoio e continua com uma postura muito pouco flexível e ao mínimo toque cai. É o chamado tónus muscular dada a existência de uma extensa lesão cerebral localizada no seu cerebelo que torna incerta a hipótese de ele vir a conquistar um andar ajustado.
O Dr. José Pedro Vieira costuma dizer a cada consulta em que observa o Dinis, que é surpreendente o facto de olhar para o Dinis e de ser completamente absurdo e inexplicável todas as aquisições que ele faz dia-a-dia dadas as extensas lesões que ele tem em várias e múltiplas partes do seu cérebro - chega a ser como que um milagre.
Se ele mostrasse aquelas ressonâncias e aquele TAC do Dinis a outro médico e por outro lado lhe colocasse o Dinis diante de si, seria quase impossível associarem-se os exames ao nosso filho… é algo inexplicável e que o Dr. acredita ser uma nova vertente da Leucoencefalopatia pois está convencido que a doença, no caso do Dinis, não terá efeito degenerativo, pelo menos é esse o rumo que nos indica o gráfico de evolução do Dinis, chegando mesmo a dizer que tudo leva a crer que o pior já passou – mas são apenas meras suposições, é uma doença neurológica e desconhecida pelo que é impossível comprovar de forma lúcida este palpite. Por outro lado, nós pais iremos continuar a proporcionar ao nosso Dinis todas as terapêuticas das quais ele tem vindo a beneficiar, iremos continuar a alimentar este cérebro com muita estimulação cognitiva e iremos continuar a fazer dele um Dinis enriquecido em termos de métodos de fisioterapia e fisioterapia cerebral – é em busca da concretização das suposições do Dr. José Pedro que o nosso mundo tem mexido… é o nosso sonho e é este que tem comandado a nossa vida… por isso iremos lutar a cada dia para que este Dinis seja realmente a excepção da Leucoencefalopatia.